quarta-feira, 22 de setembro de 2010

MITO DA CAVERNA

O MITO DA CAVERNA



Imaginemos uma caverna separada do mundo externo por um alto muro. Entre o muro e o chão da caverna há uma fresta por onde passa um fino feixe de luz exterior, deixando a caverna na obscuridade quase completa. Desde o nascimento, geração após geração, seres humanos encontram-se ali, de costas para a entrada, acorrentados sem poder mover a cabeça nem locomover-se, forçados a olhar apenas a parede do fundo, vivendo sem nunca ter visto o mundo exterior nem a luz do Sol, sem jamais ter efetivamente visto uns aos outros nem a si mesmos, mas apenas sombras dos outros e de si mesmos porque estão no escuro e imobilizados. Abaixo do muro, do lado de dentro da caverna, há um fogo que ilumina vagamente o interior sombrio e faz com que as coisas que se passam do lado de fora sejam pro­jetadas como sombras nas paredes do fundo da caver­na. Do lado de fora, pessoas passam conversando e car­regando nos ombros figuras ou imagens de homens, mulheres e animais cujas sombras também são projeta­das na parede da caverna, como num teatro de fanto­ches. Os prisioneiros julgam que as sombras de coisas e pessoas, os sons de suas falas e as imagens que trans­portam nos ombros são as próprias coisas externas, e que os artefatos projetados são seres vivos que se movem e falam.Os prisioneiros se comunicam, dando nome às coisas que julgam ver (sem vê-Ias realmente, pois estão na obs­curidade) e imaginam que o que escutam, e que não sabem que são sons vindos de fora, são as vozes das pró­prias sombras e não dos homens cujas imagens estão projetadas na parede; também imaginam que os sons produzidos pelos artefatos que esses homens carregam nos ombros são vozes de seres reais.Qual é, pois. a situação dessas pessoas aprisionadas? Tomam sombras por realidade, tanto as sombras das coi­sas e dos homens exteriores como as sombras dos artefa­tos fabricados por eles. Essa confusão, porém, não tem co­mo causa a natureza dos prisioneiros e sim as condições adversas em que se encontram. Que aconteceria se fossem libertados dessa condição de miséria?Um dos prisioneiros, inconformado com a condição em que se encontra, decide abandoná-Ia. Fabrica um instru­mento com o qual quebra os grilhões. De início, move a ca­beça, depois o corpo todo; a seguir, avança na direção do muro e o escala. Enfrentando os obstáculos de um cami­nho íngreme e difícil, sai da caverna. No primeiro instante, fica totalmente cego pela luminosidade do Sol, com a qual seus olhos não estão acostumados. Enche-se de dor por causa dos movimentos que seu corpo realiza pela primei­ra vez e pelo ofuscamento de seus olhos sob a luz externa, muito mais forte do que o fraco brilho do fogo que havia no interior da caverna. Sente-se dividido entre a incredulidade e o deslumbramento. Incredulidade porque será obri­gado a decidir onde sé encontra a realidade: no que vê ago­ra ou nas sombras em que sempre viveu. Deslumbramento (literalmente: ferido pela luz) porque seus olhos não con­seguem ver com nitidez as coisas iluminadas. Seu primei­ro impulso é o de retornar à caverna para livrar-se da dor e do espanto, atraído pela escuridão, que lhe parece mais acolhedora. Além disso, precisa aprender a ver e esse aprendizado é doloroso, fazendo-o desejar a caverna on­de tudo lhe é familiar e conhecido.Sentindo-se sem disposição para regressar à caverna por causa da rudeza do caminho, o prisioneiro permanece no exterior. Aos poucos, habitua-se à luz e começa a ver o mundo. Encanta-se, tem a felicidade de finalmente ver as próprias coisas, descobrindo que estivera prisioneiro a vi­da toda e que em sua prisão vira apenas sombras. Dora­vante, desejará ficar longe da caverna para sempre e luta­rá com todas as suas forças para jamais regressar a ela. No entanto, não pode evitar lastimar a sorte dos outros prisioneiros e, por fim, toma a difícil decisão de regressar ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que viu e con­vencê-los a se libertarem também.Que lhe acontece nesse retorno? Os demais prisioneiros zombam dele, não acreditando em suas palavras e, se não conseguem silenciá-lo com suas caçoadas, tentam faze-lo espancando-o. Se mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os convida a sair da caverna, certamente aca­bam por matá-lo. Mas, quem sabe alguns podem ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidir sair da caverna rumo à realidade. O que é a caverna? O mundo de aparências em que vi­vemos. Que são as sombras projetadas no fundo? As coi­sas que percebemos. Que são os grilhões e as correntes? Nossos preconceitos e opiniões, nossa crença de que o que estamos percebendo é a realidade. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo. O que é a luz do Sol? A luz da verdade. O quê é o mundo iluminado pelo sol da verdade? A realidade. Qual o instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os ou­tros prisioneiros? A Filosofia.

17 comentários:

  1. Ian Lyrio Silva 5ª Série

    O mito da caverna é muito importante para entendermos a teoria das idéias. Platão acredita que, para que eu possa conhecer a verdade, não posso estar agregado às imagens, a uma projeção de imagens, mas devo conhecer a verdade tal qual ela se dá para mim.

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  2. Thiffani Richelli 5ª Serie


    Professor foi muito bom esse site,assim podemos estudar, tirar duvidas fora do colegio .PARABENS PELA INICIATIVA .......

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  3. gostei muito do mito que fala do real e irreal.
    Beatriz Silva De Marco/5a série

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  4. Professor muito obrigado por nos ensinar um pouco mais sobre o mito da caverna e o que é real e o que ñ é
    lucas 5ª

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  5. Professor, descobrir que hoje aprendi um pouco - vendo nos ensinar ensinando a si mesmo. ( rsrs eu disse que ia passa aqui)

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  6. professor muito obrigada por nos ensinar o mito da caverna tanto para quem não sabia quanto para quem sabia mais não tinha conhecimento!
    larissa quinta serie

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  7. Rebecca Thainá Silva Ribeiro -5ª
    Professor , atráves desse site , podemos aprender mais um pouco sobre o mito da caverna . Gostei para muito do mito, fala do real e o irreal , é muito bom mesmo .

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  8. Luísa Rocha Arléo Barbosa / 6ª série
    Professor, tanto eu quanto minha mãe, que é professora universitária adoramos o seu blog. Achei esse blog um máximo pois assim posso aprender mais sobre filosofia. Sempre estarei entrando para aprender mais.

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  9. ADOREI sua aula.E para mim o mito da caverna fala que platão queria mostrar que existia a mentira e a verdade,e que muitas pessoas preferiam continuar na mentira do que encarar a realidade

    Beatriz Silva de Marco/5a série

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  10. Eu entendi que:
    Eles imaginavam que a sombra repletida da luz é a verdade e o que estava fora era falso,mas quando um deles sai para ver que a verdade é o que estava fora e a falsidade era repletida(projetada) da luz.
    Esse mito fala o que é real e não real da vida.
    Rafael Burak Mendes Pires / 5ª serie.

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  11. professor entendi do mito da caverna é que pessoas eram presas nas suas mãos e pés ,pensavam que o que havia lá fora é a que era verdade .Esse mito achei interessante pois vi o dia a dia nesse mito.Quando ficamos vendo televisão ,pensamos que tudo aquilo que está ali é que é real . O mito da caverna mostra que quando os prisioneiros conseguem se libertar acaba sofrendo consequencias causadas pelo sol que no caso do mundo é a verdade ,como já disse quando vemos ''tv'' pensando que aquilo é verdade ,vemos então o mundo lá fora e avistamos que não nisso preferimos a mentira do que a verdade .Mas acho que é muito melhor uma verdade dolorosa do que uma mentira que tem pernas curtas e algum dia poderá acabar.

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  12. Eu entendi que eles estavam tão acostumados a ver falsidade ( a sombra ) que quando foram ver a realidade figaram cegos , cegos de forma que não conseguiam ver a verdade o real , ver a luz do sol , não uma luz progetada !

    Rebecca Thainá Silva Ribeiro
    5ª serie

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  13. Este comentário foi removido pelo autor.

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  14. Perversidade é um mito inventado por gente boa para explicar o que os outros têm de curiosamente atractivo.

    Eu entendi que em uma caverna subterrânea onde desde infânica geração após geração seres humanos estão presos com uma corrente no pescoço e outra nas pernas sem poder se mover nem virar a cabeça .
    Dali eles viam uma sombra em uma parede eles achavam que toda a imagem progetada na parede é a realidade , ate que um dos prisioneiros saiu da caverna e não consegui conviver com a luz do sol e voltou para a caverna para contar aos seus amigos que não acreditavam pois estavam acostumados com a falsidade e não com a realidade .
    Ou seja , eles estavam tão acostumados a ver aquela sombra , que não conseguiam ver a realidade , o real e o irreal .
    Rebecca Thainá Silva Ribeiro /5ª serie

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  15. Prof. eu entendi q o mito da caverna queria nos mostrar o quanto estamos cercados de mentiras,e quando a verdade aparece doi,entao preferem que a verdade se torne uma mentira e a mentira se torne uma verdade.PARABENS PELO BLOG!!

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  16. o mito da caverna é a descrição do mundo como ele realmente é . João Victor Lima 5ºsérie

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  17. Eu entendi que o mito da caverna nós mostra como estamos prendidos
    á mentira e ñ vemos a verdade.

    Lis Marianna 5 série

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