segunda-feira, 6 de julho de 2015

AMOR E PAIXÃO NA FILOSOFIA...

AMOOR E PAIXAO NA FILOSOFIA...
Manoel Lopes.
Há diferença entre o AMOR e a PAIXÃO? O que é o AMOR? O que é a Paixao? O que os filósofos tem a dizer?
“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura.” - Nietzsche.
É comum encontramos pessoas que dizem com orgulho ” estou apaixonada, ou ainda, que a paixão desenvolveu e nasceu um amor”. Por isso a intenção é desvendarmos sobre o que venha ser o amor e a paixão.
De inicio é bom  deixemos claro que paixão não é sentimento. A paixão pertence ao mundo da personalidade, enquanto os sentimentos emanam do ego superior. Em outras palavras: a paixão é egoísta, enquanto os sentimentos são puros e altruístas, a paixão provém do nosso corpo mental concreto, da nossa mente dos desejos, que é um dos  corpos o qual, juntamente com o corpo emocional, o vital e o étero-físico compõem a nossa personalidade mortal, temporal, passageira. Os sentimentos, entretanto, vêm da nossa tríade superior, dos nossos corpos por essência altruístas, que se encontram ainda latentes no homem, os quais um dia conquistaremos.
“Paixão é acertar com a pessoa errada e vê-la ir embora, amar é errar com a pessoa certa e mesmo assim, vê-la ficar.” Ludwig Plateau.
Com esse  raciocínio, é possível comprender também que a nossa felicidade jamais pode estar alicerçada em algo que seja exterior a nós,  pois, mais cedo ou mais tarde, passará  junto com o objeto do desejo, diferente da verdadeira felicidade não provém da paixão e sim do amor, já que o amor como sentimento nos une ao eterno  e, consequentemente, a tudo o que existe. Assim, somente pelo caminho do amor podemos ser felizes e verdadeiramente livres, enquanto pela paixão  tornamo-nos escravos dos bens desejados e infelizes em face da temporalidade dos objetos da paixão.
"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?" - Fernando Pessoa.
"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo." - Pitágoras.
A filosofia tradicional  retomará  esta oposição entre o amor e o egoísmo (cf. Leibniz: "Amar é regozijar-se com a felicidade de outrem.", entre o amor-paixão (egoísta) e o amor-acção (altruísta) -- desde os estóicos que condenam sem apelo o amor-paixão, a Kant que (distinguindo duas formas de amor: o amor patológico, ligado à nossa sensibilidade e interesse, e o amor prático, preocupação verdadeira e desinteressada pelo bem do outro) demonstra que só o "amor prático" é moralmente aceitável, enquanto o "amor patológico" (impossível de controlar) é desatino e desprezo pelo outro. Todavia é possível pôr em causa esta dicotomia e defender "que existe entre a consciência moral e a consciência amorosa uma afinidade secreta." - Alain Finkiekraut, La Sagesse de l’amour. "Afirmando que o amor é a principal motivação da filosofia." (O Banquete), Platão descobre o lugar central deste conceito. Mas convém distinguir cuidadosamente o amor egoísta e possessivo que persegue o outro como um objecto a devorar "o amante ama o amado como o lobo ama o cordeiro", escreveu Platão e o amor autêntico que liberta do sofrimento e do desejo e conduz  a alma ao banquete divino. Pois o amor verdadeiro – rapidamente saciado pelos alimentos sensíveis – só pode ser satisfeito pela contemplação, para além do belo, do verdadeiro e do bem.

Graduado em filosofia pela Universidade Estadual de Sanra Cruz. Professor da Escola Rui Barbosa  Ilhéus e professor - Secretaria Municipal de Educação de Canavieiras.
Referencia do texto: unfilosofonaweb.blogspot.com.br


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