AMOOR E PAIXAO NA FILOSOFIA...
Manoel Lopes.
Há diferença entre o AMOR e a PAIXÃO? O que é o AMOR? O que
é a Paixao? O que os filósofos tem a dizer?
“Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de
razão na loucura.” - Nietzsche.
É comum encontramos pessoas que dizem com orgulho ” estou
apaixonada, ou ainda, que a paixão desenvolveu e nasceu um amor”. Por isso a
intenção é desvendarmos sobre o que venha ser o amor e a paixão.
De inicio é bom deixemos claro que paixão não é sentimento. A
paixão pertence ao mundo da personalidade, enquanto os sentimentos emanam do
ego superior. Em outras palavras: a paixão é egoísta, enquanto os sentimentos
são puros e altruístas, a paixão provém do nosso corpo mental concreto, da
nossa mente dos desejos, que é um dos
corpos o qual, juntamente com o corpo emocional, o vital e o
étero-físico compõem a nossa personalidade mortal, temporal, passageira. Os
sentimentos, entretanto, vêm da nossa tríade superior, dos nossos corpos por
essência altruístas, que se encontram ainda latentes no homem, os quais um dia
conquistaremos.
“Paixão é acertar com a pessoa errada e vê-la ir embora,
amar é errar com a pessoa certa e mesmo assim, vê-la ficar.” Ludwig Plateau.
Com esse raciocínio,
é possível comprender também que a nossa felicidade jamais pode estar
alicerçada em algo que seja exterior a nós,
pois, mais cedo ou mais tarde, passará junto com o objeto do desejo, diferente da
verdadeira felicidade não provém da paixão e sim do amor, já que o amor como
sentimento nos une ao eterno e,
consequentemente, a tudo o que existe. Assim, somente pelo caminho do amor
podemos ser felizes e verdadeiramente livres, enquanto pela paixão tornamo-nos escravos dos bens desejados e
infelizes em face da temporalidade dos objetos da paixão.
"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão
para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que
quero dizer-te é que te amo?" - Fernando Pessoa.
"Purifica o teu coração antes de permitires que o amor
entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo." -
Pitágoras.
A filosofia tradicional
retomará esta oposição entre o
amor e o egoísmo (cf. Leibniz: "Amar é regozijar-se com a felicidade de
outrem.", entre o amor-paixão (egoísta) e o amor-acção (altruísta) --
desde os estóicos que condenam sem apelo o amor-paixão, a Kant que
(distinguindo duas formas de amor: o amor patológico, ligado à nossa
sensibilidade e interesse, e o amor prático, preocupação verdadeira e
desinteressada pelo bem do outro) demonstra que só o "amor prático" é
moralmente aceitável, enquanto o "amor patológico" (impossível de
controlar) é desatino e desprezo pelo outro. Todavia é possível pôr em causa
esta dicotomia e defender "que existe entre a consciência moral e a
consciência amorosa uma afinidade secreta." - Alain Finkiekraut, La
Sagesse de l’amour. "Afirmando que o amor é a principal motivação da
filosofia." (O Banquete), Platão descobre o lugar central deste conceito.
Mas convém distinguir cuidadosamente o amor egoísta e possessivo que persegue o
outro como um objecto a devorar "o amante ama o amado como o lobo ama o
cordeiro", escreveu Platão e o amor autêntico que liberta do sofrimento e
do desejo e conduz a alma ao banquete divino.
Pois o amor verdadeiro – rapidamente saciado pelos alimentos sensíveis – só
pode ser satisfeito pela contemplação, para além do belo, do verdadeiro e do
bem.
Graduado em filosofia pela
Universidade Estadual de Sanra Cruz. Professor da Escola Rui Barbosa Ilhéus e professor - Secretaria Municipal de
Educação de Canavieiras.
Referencia do texto:
unfilosofonaweb.blogspot.com.br
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